Sobre o ano mais difícil dos últimos tempos e clichês de fim de ano

     Acaba 2015. Repeti essa frase (ainda que da boca pra fora) mais de mil vezes esse ano, acredito eu. Agora vou reformular: Obrigada 2015.

   Sem sombra de dúvidas esse ano foi o mais difícil durante meus 20 anos de existência. E por mais que eu queira que a maré ruim passe, eu sei que tive muito o que aprender com ela.

    Estúpido clichê aquele que diz que só aprendemos da dor, etc. O pior dos clichês é quando eles se provam verdadeiros. Quando você acorda e se dá conta "puts, eu sou um clichê". Fazer o que, né. Aconteceu comigo. Provável que aconteça contigo também.

    O que eu quero dizer com isso é que, eu já tentei escrever esse texto umas 10 vezes na minha cabeça. Sou uma pensadora constante. Já morri afogada dentro da minha cabeça e ressuscitei mais de 20 vezes só nesse mês. Sempre penso em tanta coisa pra dizer, e acabo dizendo nada.

   Então, em 2015 eu aprendi que eu não sou tão aberta emocionalmente como eu costumo pensar que sou. Que é preciso arriscar, mesmo com medo, pra depois não ter de viver com o peso nas costas do ''e se?''. Que perdi uma pessoa maravilhosa da minha vida por não saber lidar com meus próprios sentimentos. Que eu não estou sempre certa. Que eu preciso ser paciente, e praticar MUITO, minha paciência. Que algumas pessoas simplesmente não acreditam em ti, por mais que você pense que acreditam. Que sempre é tempo de mudar, evoluir. Que teimosia é um saco. Que álcool e fogueiras não são uma boa combinação. Que mães se estressam. Que não se pode controlar nada nessa vida, a não ser a própria mente (e olhe lá!). Que professores podem ser amigos. Que não adianta procurar fuga, ainda que inconscientemente, para os problemas. Que as pessoas precisam de um tempo umas das outras. Que o verdadeiro permanece. Que alguns "amigos" são simplesmente crianças com muito a aprender da vida. Que verdadeiros amigos estão dispostos até a carregar seu xixi num dispositivo de metal.

      Estou aprendendo a respirar fundo e esperar. A parar de fazer manha. Aprendi que pedir ajuda não é um ato covarde. Que nossos planos podem ser diferentes dos planos de Deus. Que nada é em vão.

    Aprendi que a morte dói muito mais em quem fica. Que amigos estão esperando pra serem descobertos até nos lugares mais improváveis. E que muita gente que diz que se importa, não dá a mínima. Aprendi que magoar quem se ama dói mais na gente que na pessoa que magoamos. Que uma vez que você pisa na bola, não dá pra voltar atrás. Que é importante pensar antes de falar, e antes de agir. Que é importante estudar no começo do semestre e no começo do curso. Que algumas pessoas são passageiras na sua vida e você tem que aceitar isso. Que aceitar não dói menos. Que é preciso parar e se perguntar o que se está fazendo com a própria vida. Que se arrepender não traz os momentos de volta. Que as pessoas tem direito a te esquecer, a fazer o que é melhor pra elas (mesmo que isso não te inclua), a não querer estar ao teu lado, não querer falar contigo, a se apaixonar por outras pessoas sem serem considerados egoístas.

   Que carinho faz falta. Que nunca é tarde pra reconhecer as coisas boas e as pessoas boas que se tem ao lado. A falar menos e agir mais. Que família é um bando de malucos fofoqueiros que se importam uns com os outros. Que toda ação tem uma reação. Que o universo só reage as energias que você emite. Que preciso usar mais meus óculos. Que adoro fazer atividades físicas. Que tenho preguiça de estudar e preciso mudar isso urgentemente. Que spotify e netflix são aplicativos maravilhosos. Que preciso parar de falar bosta. Que falar não significa nada se você não age de acordo. Que perdi muito tempo com gente que não vale a pena, e pouco tempo com gente que vale a galinha toda. Que os pais sempre vão se esforçar e fazer o que é melhor para os filhos. Que eu não devo pensar tanto em coisas que eu não posso mudar agora. Que o egoísmo não é amor. Que a única pessoa que pode te ajudar, na grande maioria das vezes, é você mesmo.

   Muitas das coisas que eu escrevi parecem óbvias para muita gente. Mas as vezes, acabamos esquecendo e se deixando levar pelos problemas do dia-a-dia. Deixo aqui como lembrete. Para todas as vezes que eu queira agir de forma mesquinha, egoísta, infantil. Para todas as vezes que eu não consiga pensar direito. Todas as vezes que eu não consiga respirar fundo e encarar as coisas de frente. Obrigada 2015, por me ensinar tanta coisa de uma forma dolorosa e confusa. Obrigada a todas as pessoas que entraram na minha vida, e principalmente a todas que foram embora dela. Que em 2016, e nos próximos anos que venham, eu não esqueça desses aprendizados. E que quando eu ouvir um clichê, que eu preste mais atenção. Eu sinto muito, me perdoa, obrigada, eu te amo.




UPDATE: A frase final do texto é um mantra, pertencente a técnica de meditação Hooponopono ( Saiba mais clicando aqui).

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